Safety Road Show é sucesso no grupo e reconhecido pelos operadores

20 Fevereiro 2017

Safety Road Show é sucesso no grupo e reconhecido pelos operadores

Safety Road Show é sucesso no grupo e reconhecido pelos operadores


Bons resultados garantem a continuidade do programa em 2017

Seminários e workshops entre indústria e operadores têm se tornado uma importante ferramenta para tratar de questões de segurança na aviação. A divisão de helicópteros da Airbus levou o conceito ainda mais longe e desde o ano passado realiza os chamados “Safety Road Show”. No Brasil, o programa é conduzido pela equipe de Segurança Operacional da Helibras.

Em 2015, quando foi lançado, a divisão de helicópteros da Airbus, líder entre os fabricantes, decidiu ajudar a criar uma cultura de canal aberturo em torno da segurança da aviação.

Graças à introdução de agentes de segurança dentro de cada um dos centros das empresas do grupo, a Airbus procura trazer uma variedade de recursos de segurança para seus clientes, entre eles o trabalho do International Helicopter Safety Team (IHST). Na Helibras, a gerência de segurança operacional está sob a responsabilidade de Antônio Modesto, profissional com mais de 10 anos de experiência na indústria de asas rotativas e presidente do BHEST, órgão brasileiro que compõe o time internacional de segurança de helicópteros.

“A ideia do RoadShow é colocar os principais atores de um cliente, incluindo membros de sua alta gerência, em um dia de treinamento focado no Gerenciamento dos Riscos com a indústria e autoridades nacionais de aviação para apresentar ferramentas e melhorias para todo o setor”, explica Modesto.

"Quando iniciamos o processo em um país, visitamos pela primeira vez a autoridade nacional de aviação e explicamos a proposta de trabalhar de mãos dadas com o operador, mas contando com a participação desse órgão na mesma mesa. Por isso é um evento que reúne e dá uma nova dinâmica para conversar de segurança no setor", comenta Gilles Bruniaux, vice-presidente de Segurança da Aviação da Airbus Helicopters.

O projeto teve início no México e seguiu com eventos na Rússia e na China. Atualmente, um roadshow ocorre quase todas as semanas, em locais ao redor do globo. Esse é o caso do Brasil onde o programa é conduzido pela Helibras com diversos clientes, em todos os segmentos de mercado. Para 2017, já estão previstos treinamentos no Rio de Janeiro, São Paulo, Fortaleza, e Porto Alegre, a partir do mês de abril.

A qualidade e objetivo do grupo foram logo reconhecidos pelos operadores. "Todas essas pessoas que participam trabalham para a aviação segura e produtiva, então o diálogo entre eles faz do nosso trabalho uma atividade cada vez mais segura", diz Luiz Sergio Alves Pinto, Capitão da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro e Oficial de Segurança de Vôo da unidade , que participou de um roadshow para a polícia militar da cidade em julho de 2016, para preparação de missões para as Olimpíadas e Paralimpíadas.

Os resultados geraram mudanças na gestão de segurança dos operadores e uma cultura aprimorada graças ao diálogo entre todos. Além disso, o feedback dos participantes mostrou sinais de uma consciência crescente e necessidade de maior proficiência para lidar com a segurança operacional.

No ano que passou, foram realizados roadshows de segurança em quase todos os continentes, do México, Brasil e Chile aos Estados Unidos, Nova Zelândia, Romênia, Rússia, Índia, China e Indonésia, entre outros. A resposta positiva garantirá a continuidade em 2017.

Segurança em helicópteros: muitos desafios

Os desafios enfrentados pela segurança do helicóptero variam. Alguns são gerenciais, com barreiras ao diálogo aberto, ou cultural. Muitas vezes os incidentes são tratados somente para encontrar uma parte culpada e não como um meio de aprendizagem. Outro fator é a falta de aplicação dos regulamentos.

É o que comprova as estatísticas. Em comparação com as taxas de acidentes para as aeronaves de transporte aéreo comercial de asa fixa, os de helicópteros - independentemente da empresa – correspondem a uma taxa maior de acidentes que variam fortemente em todo o mundo. É importante notar que, em comparação com as operações de asa fixa, os helicópteros são usados para uma ampla gama de operações e algumas altamente complexas, como serviços médicos de emergência.

Em uma análise de seu próprio intervalo entre 2011 e 2015, a Airbus Helicopters descobriu que a América do Norte tinha a menor taxa de acidentes por hora de voo, enquanto a América do Sul e a América Central representaram, respectivamente, quase 3,5 e 4 vezes mais acidentes, sendo que o Brasil tem as melhores taxas, se comparado aos demais países latino americanos.

As causas raiz de um acidente podem ser agrupadas em categorias e, embora um acidente tenha vários fatores contribuintes, as duas maiores razões são identificadas como "operacional", ou seja, a preparação e execução do voo, e "erros nas atividades de manutenção”, no entanto o fator organizacional no Brasil é um também é um grande problema, uma vez decisões equivocadas podem pressionar de forma negativa os técnicos e/ou tripulantes a executarem uma tarefa sem as condições necessárias.

“Os roadshows de segurança servem para chamar a atenção para estes desafios relacionados com os fatores humanos, com a esperança de que surjam soluções”, lembra Modesto.

Na Indonésia, o segundo Safety RoadShow promovido no país colheu impressões interessantes. "O operador ficou encantado com o evento que realizamos em suas instalações", disse Romain Bonzom, Gerente de Suporte ao Cliente da Airbus Helicopters no país. "Eles fizeram o compromisso de fazer a segurança acontecer não só no papel, mas no chão e no ar", concluiu.

Na América Latina, além do Brasil, operadores do Chile também reconhecem a importância do programa. "A Airbus é uma das empresas preocupadas com a segurança. Eles nos mostraram estatísticas reais, que são difíceis de obter", diz Gianni Di Giammarino Schimunek, gerente de segurança da Ecocopter, sediada no Chile, que participou de um roadshow em junho em Santiago.

As apresentações são adaptadas a cada público. A ênfase é colocada em informações e soluções úteis e empíricas para cada tipo de atuação. Ao proporcionar um cenário dedicado à aprendizagem, tais encontros deram origem a resultados tangíveis.“Nós fizemos um monte de melhorias nos procedimentos que aplicamos nos voos. Em voos de manutenção, por exemplo, mudei procedimentos de acordo com o que eu vi no programa", diz Schimunek.


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